O livro conta a história de Marco Polo, um viajante cujo trabalho é descrever ao imperador Kubai Klan as cidades que compõem seu reino. Mas, diferentemente dos outros viajantes, Marco Polo descreve os lugares por onde passa de maneira muito particular, dando vazão à poesia e, por vezes, privilegiando outros sentidos, como a audição e o olfato.
Após a leitura do texto, que falava de uma forma lúdica e poética de como construímos nossas cidades através de percursos, pedimos que cada um marcasse com uma caneta uma extremidade de uma folha em branco, fechasse os olhos, e fosse aos poucos percorrendo e desenhando o percurso que haviam feito naquele dia.
Terminados os desenhos, unimos as extremidades de todas as folhas no chão, de modo a formar um mapa, no qual todos entraram. A idéia era de que percebêssemos que apesar das características e ritmos diferentes de cada traço, formamos uma unidade. E o desejo de fazer um bom trabalho neste Pibid 3 certamente é o que faz, não com que deixemos as diferenças de lado, mas com que possamos aprender a trabalhar em cima delas e construir algo significativo para todos nós.
As cidades e o desejo
Corriam de um lado para o outro, mas ela os despistava. Após o sonho, partiram em busca daquela cidade; não a encontraram, mas encontraram uns aos outros; decidiram construir uma cidade como a do sonho. Na disposição das ruas, cada um refez o percurso de sua perseguição; no ponto em que havia perdido os traços da fugitiva, dispôs os espaços e a muralha diferentemente do que no sonho a fim de que desta vez ela não pudesse escapar.
A cidade era Zobeide, onde se instalaram na esperança de que uma noite a cena se repetisse. Nenhum deles, nem durante o sono nem acordados, reviu a mulher. As ruas da cidade eram aquelas que os levavam para o trabalho todas as manhãs, sem qualquer relação com a perseguição do sonho. Que, por sua vez, tinha sido esquecido havia muito tempo.
Chegaram novos homens de outros países, que haviam tido um sonho como o deles, e na cidade de Zobeide reconheciam algo das ruas do sonho, e mudavam de lugar pórticos e escadas para que o percurso ficasse mais parecido com o da mulher perseguida e para que no ponto em que ela desaparecera não lhe restasse escapatória.
Os recém-chegados não compreendiam o que atraía essas pessoas a Zobeide, uma cidade feia, uma armadilha."
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