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sábado, 21 de janeiro de 2012

As cidades e o desejo

Após a apresentação dos PCNS, cada área deveria sugerir alguma atividade integradora. A nossa foi pensada na tentativa de abarcar elementos de todas as áreas: corporeidade, território, desenho, ritmo, e teve como ponto de partida uma crônica do livro “As cidades invisíveis”, de Ítalo Calvino.

O livro conta a história de Marco Polo, um viajante cujo trabalho é descrever ao imperador Kubai Klan as cidades que compõem seu reino. Mas, diferentemente dos outros viajantes, Marco Polo descreve os lugares por onde passa de maneira muito particular, dando vazão à poesia e, por vezes, privilegiando outros sentidos, como a audição e o olfato.

Após a leitura do texto, que falava de uma forma lúdica e poética de como construímos nossas cidades através de percursos, pedimos que cada um marcasse com uma caneta uma extremidade de uma folha em branco, fechasse os olhos, e fosse aos poucos percorrendo e desenhando o percurso que haviam feito naquele dia.

Terminados os desenhos, unimos as extremidades de todas as folhas no chão, de modo a formar um mapa, no qual todos entraram. A idéia era de que percebêssemos que apesar das características e ritmos diferentes de cada traço, formamos uma unidade. E o desejo de fazer um bom trabalho neste Pibid 3 certamente é o que faz, não com que deixemos as diferenças de lado, mas com que possamos aprender a trabalhar em cima delas e construir algo significativo para todos nós.

As cidades e o desejo

"Naquela direção, após seis dias e sete noites, alcança-se Zobeide, cidade branca, bem exposta à luz, com ruas que giram em torno de si mesmas como um novelo. Eis o que se conta a respeito de sua fundação: homens de diferentes nações tiveram o mesmo sonho — viram uma mulher correr de noite numa cidade desconhecida, de costas, com longos cabelos e nua. Sonharam que a perseguiam.

Corriam de um lado para o outro, mas ela os despistava. Após o sonho, partiram em busca daquela cidade; não a encontraram, mas encontraram uns aos outros; decidiram construir uma cidade como a do sonho. Na disposição das ruas, cada um refez o percurso de sua perseguição; no ponto em que havia perdido os traços da fugitiva, dispôs os espaços e a muralha diferentemente do que no sonho a fim de que desta vez ela não pudesse escapar.

A cidade era Zobeide, onde se instalaram na esperança de que uma noite a cena se repetisse. Nenhum deles, nem durante o sono nem acordados, reviu a mulher. As ruas da cidade eram aquelas que os levavam para o trabalho todas as manhãs, sem qualquer relação com a perseguição do sonho. Que, por sua vez, tinha sido esquecido havia muito tempo.

Chegaram novos homens de outros países, que haviam tido um sonho como o deles, e na cidade de Zobeide reconheciam algo das ruas do sonho, e mudavam de lugar pórticos e escadas para que o percurso ficasse mais parecido com o da mulher perseguida e para que no ponto em que ela desaparecera não lhe restasse escapatória.

Os recém-chegados não compreendiam o que atraía essas pessoas a Zobeide, uma cidade feia, uma armadilha."

domingo, 15 de janeiro de 2012

Enquanto isso nas escolas..


O grupo interdisciplinar da escola Areal pensou em organizar uma atividade para o horário do recreio, a fim de que os pibidianos tivessem um contato com os alunos de todas as séries, e para que os alunos, que já estavam curiosos, conhecessem a equipe e soubessem o que estamos fazendo lá.


A dinâmica foi realizada no pátio central da escola e envolveu alguns conhecimentos básicos das quatro áreas: geografia, artes visuais, dança e música.

A tarde foi encantadora, e pudemos perceber que mesmo os alunos mais velhos, que não participaram da brincadeira, estavam de olhar atento para o que acontecia.

Já que andávamos em processo de construção dos primeiros diagnósticos das escolas, este momento foi de extrema ajuda, e perceber o carinho de alunos, professores e coordenação foi pra nós algo extremamente motivador.